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O eritema causado pelas radiações solares é induzido, basicamente, pelas radiações UVB. Surge nas primeiras horas que se seguem a exposições excessivas a esses raios e persiste por alguns dias. Os casos graves resultam em bolhas e, tardiamente, em discromias cutâneas. Hoje relacionam-se a esses episódios mais intensos de queimaduras solares, especialmente na infância, com a ocorrência posterior de melanomas e carcinomas basocelulares, enquanto os carcinomas epidermoides resultam da ação cumulativa das radiações UVB.
A resposta eritematógena da pele depende do indivíduo, do seu fototipo, do fotoprotetor utilizado, da sua capacidade de bloquear a passagem dos raios UVB, além do meio ambiente e estação do ano, pela interferência que exercem sobre a intensidade das radiações solares na superfície da terra.
O fototipo é determinado pela quantidade de melanina presente na pele e, por consequência, pela cor do indivíduo. Classicamente reconhecem-se seis fototipos distintos (classificação de Fitzpatrick). Hoje, porém, observa-se a tendência de agrupá-los em apenas quatro fototipos (classificação condensada), conforme as tabelas a seguir:
FOTOTIPO
Comparação entre as classificações de Fitzpatrick e a forma condensada:
Fitzpatrick | Condensada | DEM* (mJ/cm²) |
I e II | A | 10-30 |
III | B | 30-50 |
IV | C | 40-75 |
V e VI | D | 50-120 |
* Dose Eritemátogena Mínima |
CLASSIFICAÇÃO CONDENSADA DOS TIPOS DE PELE
A | ruivos e loiros | nunca bronzeia sempre queima |
B | morenos claros | às vezes bronzeia em geral queima |
C | morenos escuros | em geral bronzeia às vezes queima |
D | mulatos e negros | sempre bronzeia raramente queima |
O fator de proteção solar (FPS) reflete o número de vezes a mais necessário para o surgimento de eritema em uma pele protegida pelo produto em teste, comparado com a pele desprotegida, medido na faixa do UVB, ou seja:
FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR
Expressa o número de vezes a mais que podemos ficar expostos ao sol sem apresentar eritema, em função do fotoprotetor utilizado
FPS = DEM na pele protegida
DEM na pele sem proteção
Trata-se, portanto, de um referencial que, apesar de ser obtido na faixa eritematógena das radiações solares, traduz o poder de fotoproteção da fórmula em referência. É influenciado pelo tipo e concentração do filtro, pelo seu veículo e pela forma como o produto é aplicado sobre a pele. A associação de filtros absorventes UVB e UVA e refletores confere amplo espectro de proteção, cuja intensidade permite classificá-los em moderadores solares (FPS menores do que 15), protetores solares (FPS 15) ou bloqueadores solares (FPS acima de 15).
O estudo de Sayre e colaboradores, em 1979, demonstrou que um produto com FPS 15 é capaz de absorver 93,3% da radiação UVB incidente, enquanto com FPS 40 absorve 97,6%. Em termos de conteúdo de ativos, uma formulação FPS 15 pode conter de 12 a 15% de substâncias ativas, ao passo que para obtermos FPS 40 necessitamos 24% ou mais. Se houver necessidade, o seu médico poderá optar por maior proteção, indicando um produto FPS 30, por exemplo.
O estudo de Robert S. Stern (Harvard Medical School e Beth Israel Hospital, Boston, Massachussets) sobre câncer de pele mostrou a redução dos carcinomas cutâneos pelo uso de protetores solares na infância. Por esse estudo ficou evidenciado que esses tumores são dose-dependentes das radiações UVB e que esse processo ocorre em dois estágios, sendo um na infância (iniciação) e outro na idade adulta (promoção). Foi demonstrado que na infância a exposição ao sol é três vezes maior que na idade adulta e que a aplicação regular de um produto FPS 15 é capaz de reduzir cerca de 85% da radiação absorvida. Desses resultados estima-se que o uso constante de um produto FPS 15 até a idade de 18 anos pode reduzir a incidência de carcinomas de pele em aproximadamente 78%.
A intensidade do sol é avaliada pela quantidade de energia solar captada na superfície da terra, em um dado momento e local. Na prática, é medida na faixa do UVB e varia de 0 a 150 mJ/cm². Para melhor expressar esses valores, foi criado o UV-ÍNDICE (UV-I), que reflete a intensidade do sol medida em Joules/cm² na faixa do UVB. Varia de 0 a 15, o que corresponde à quantidade de energia solar transformada em cJ/cm², captada ao nível do mar, a partir do meio-dia, em uma hora de exposição. Quanto maior o UV-I, menor o tempo de exposição ao sol necessário para induzir eritema nos diversos fototipos, como demonstrado na tabela a seguir:
TEMPO PARA INDUZIR ERITEMA, EM MINUTOS, CONFORME O UV-I NOS DIVERSOS FOTOTIPOS
UV-I | Fototipo A | Fototipo B | Fototipo C | Fototipo D |
0-2 | 30-180 | 90-300 | 120-450 | 150-720 |
3-4 | 15-60 | 45-100 | 60-150 | 75-240 |
5-6 | 10-36 | 30-60 | 40-90 | 50-144 |
7-9 | 6,7-25,7 | 20-42,9 | 26,7-64,3 | 33,3-102,9 |
10-11 | 5,5-18 | 16,4-30 | 21,8-45 | 27,3-72 |
12-15 | 4-15 | 12-25 | 16-37,5 | 20-60 |
FONTE: Kirchhoff, V.W.J.H., Ozônio e Radiação UV-B, São José dos Campos, Transtec, 15-30, 1995. |
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