Princípios
O exame clínico das lesões cutâneas a “olho nu”, fornece importantes informações dos achados morfológicos, como o tipo, tamanho, bordas, contornos e superfície, porém somente até o limite da camada córnea.
Foto 01. Exame a “olho nu”
Com o exame dermatoscópico, que pode ser com luz polarizada ou não polarizada, a reflexão da luz pela superfície cutânea é reduzida, permitindo a visualização de cores e estruturas localizadas abaixo do estrato córneo. Com a luz não polarizada, e usando um líquido ou gel na interface, temos boa visualização das estruturas mais superficiais da epiderme, porém com a luz polarizada, as estruturas mais profundas da epiderme e derme superficial ficam mais nítidas.
Princípios das cores na dermatoscopia
As cores representam a presença de um cromóforo (melanina, hemoglobina, queratina e colágeno), e sua localização nas camadas da pele:
- preto – Melanina no estrato córneo/epiderme superior.
- marrom escuro – Melanina na camada média da epiderme.
- marrom claro – Melanina na epiderme inferior.
- cinza- Melanina livre ou nos melanófagos na derme papilar
- azul – Melanina na derme média e profunda.
- branco – fibras colágenas na derme.
- vermelho – Hemoglobina nos vasos.
10 estruturas principais de lesões melanocíticas e sua correlação histopatológica:
1. Rede pigmentada
Melanina nos queratinócitos e/ou melanócitos ao longo da junção dermoepidérmica. A parte escura (grade) corresponde a projeção das cristas epidérmicas contendo melanócitos pigmentados “empilhados” e a parte clara (buracos), a projeção das papilas dérmicas, onde os melanócitos pigmentados encontram-se lado a lado.
2. REDE INVERTIDA
Consiste em linhas brancas serpiginosas interconectadas e rodeadas por estruturas pigmentadas semelhantes a glóbulos irregulares; visíveis nas luzes não polarizada e polarizada.
Presume-se que a rede invertida corresponde a cristas epidérmicas alongadas e compostas por melanócitos com pouco pigmento, acompanhadas pela presença de grandes ninhos de células melanocíticas fortemente pigmentadas localizadas nas papilas dérmicas; que daria o efeito inverso da rede pigmentada, onde os melanócitos com pigmento estão empilhados uns sobre os outros, levando ao traçado mais escuro da rede em relação aos melanócitos lado a lado sobre a papila dérmica.
8. Estruturas de regressão
Despigmentação esbranquiçada de aspecto cicatricial, mais clara que a pele adjacente, representando um processo fibrótico na derme papilar. Pode estar acompanhado de grânulos acinzentados (“peppering”), representando a presença de melanina depositada dentro dos melanófagos.
Lesões melanocíticas benignas mais comuns
- Nevo azul
- Nevo de Sutton
- Nevo Spillus
- Nevo de Spitz
Não melanocíticos – Benignas
- Dermatofibroma
- Queratose seborreica
- Angioma
- Hiperplasia sebácea
- Ceratose tipo liquen plano (LPLK)
Não melanocíticos- Malignas
- Carcinoma Basocelular
- Carcinoma espinocelular
Lesões melanocíticas malignas
- Melanomas finos
- Melanomas espessos
- Melanomas plantares
- Melanomas de mucosa
- Melanoma de face etc.