Oportunidades de ensino em épocas de pandemia

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Por Eduardo Bertolli

A pandemia causada pelo novo Coronavírus é algo sem precedentes e que já mudou a humanidade de maneira considerável. Será difícil explicar somente com palavras para nossos filhos e netos como nossas vidas foram afetadas nessa época. 

Entre as mudanças, e das mais relevantes, estão os campos da educação e ensino. Com escolas e faculdades fechadas, eventos científicos suspensos e até mesmo a comunicação interpessoal sendo algo potencialmente arriscado, a transmissão de conhecimento é algo diretamente afetada pela pandemia. 

Felizmente, estamos conseguindo nos adaptar nesse aspecto. Diversas plataformas de comunicação em tempo real têm permitido a comunicação a distância e, especificamente para profissionais da saúde, aulas on-line, webinars e reuniões científicas estão se multiplicando e hoje são quase que atividades diárias. Entre as vantagens, além da possibilidade de participar no conforto e segurança do domicílio, observamos que as distâncias deixaram de ser problemas. A presença de pessoas de outras cidades e estados brasileiros, e até de outros países, não é mais visto como algo surpreendente. 

O ensino para os médicos residentes também precisou se reinventar. Infelizmente as atividades assistenciais eletivas diminuíram, sendo este um dos pilares do aprendizado do residente. Uma das alternativas encontradas, é aproveitar esse tempo que surgiu com outras atividades que possam ser desenvolvidas em plataformas educacionais. 

Menciono aqui, sem nenhum conflito de interesse e apenas por ser a que tenho um pouco de familiaridade, a plataforma Moodle®. Trata-se de um ambiente de ensino de acesso gratuito que permite o carregamento de documentos, aplicação de testes, discussão através de fóruns etc. Para exemplificar, ilustro a experiência real que temos com os residentes de Cirurgia Oncológica durante o estágio em Oncologia Cutânea: periodicamente sugerimos materiais de estudo dos diversos assuntos de interesse, aplicamos testes e criamos fóruns com casos clínicos para que eles discorram sobre como os conduziriam.  

Além de observarmos que, conforme o tempo passa as respostas ficam muito mais embasadas, hoje eles já conseguem discorrer até sobre situações que ainda não tiveram a oportunidade de vivenciar na prática. Guidelines como do NCCN ® e o Manual de Recomendações de Conduta do GBM tornaram-se fontes habituais de consulta, o que os ajuda muito na hora de participarem das discussões. 

Por fim, um último exemplo e este de uma situação “caseira”. Há um grupo dentro de um aplicativo de troca de mensagens com vários cirurgiões da diretoria do GBM. Periodicamente, algum dos participantes coloca um caso real para discussão. O que no começo era algo esporádico, hoje já está bem mais robusto, com envio de artigos, slides de aulas e, o mais importante na minha modesta opinião, troca de experiências.  

A pandemia da COVID-19 não deixará saudades, mas por outro lado, temos que reconhecer que ela deixará um legado importante para nossa maneira de estudar e aprender daqui pra frente.

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